segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Gripe A

Vale a pena ver esse vídeo sobre a Gripe A

http://www.youtube.com/watch?v=0K2LdGUca9w


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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Trabalho da Segunda Guerra Mundial

Para realizar o trabalho, é necessário escolher um dos 2 temas:


TEMA 1. A Ciência à favor da guerra: desenvolvimento científico-tecnológico a serviço da Segunda Guerra Mundial

Objetivos:

Reconhecer o desenvolvimento da ciência e sua utilização na elaboração de materiais utilizados em guerra;

Identificar invenções e/ou aperfeiçoamentos da Segunda Guerra Mundial e demonstrar sua utilização hoje;

Produzir um trabalho escrito contendo:

Quatro tecnologias inventadas e/ou aperfeiçoadas ao longo da II Guerra;

Localização, país de desenvolvimento

Utilização no conflito da II Guerra Mundial;

Utilização no mundo atual daquela tecnologia pesquisa.

Expor em sala (exibir e explicar) dia 04/06, algum objeto (real, em cartaz ou imagens na TV Pen Drive) e explicar seu desenvolvimento tecnológico e uso na II Guerra Mundial.

AVALIAÇÃO: 2,0 – Trabalho escrito

1,0 – Apresentação (exibição e explicação)

ENTREGA/EXIBIÇÃO – 04/06 (quinta-feira)

TEMA 2. A guerra através de imagens: a propaganda como arma na Segunda Guerra Mundial

Objetivos:

Analisar os cartazes com propagandas de guerra como formas de convencer a população;

Identificar as charges do momento e relacionar com os acontecimentos do conflito;

Produzir um trabalho escrito contendo:

Análise de 2 propagandas de pré-guerra (anos 1930);

Análise de 2 propagandas de guerra (1939-1945);

Análise de 2 charges da Segunda Guerra Mundial.

Para cada propaganda, é preciso explicar o contexto (período) da sua elaboração e os interesses por trás dessa propaganda.

Para cada charge é necessário explicar os elementos que a compõem e seu significado histórico.

Escolher 2 imagens e exibir em sala no dia 04/06, explicá-la detalhadamente (a exibição poderá ser feita na TV Pen Drive, em Cartazes ou amostras individuais)

AVALIAÇÃO: 2,0 – Trabalho escrito

1,0 – Apresentação (exibição e explicação)

ENTREGA/EXIBIÇÃO – 04/06 (quinta-feira)

Alguns Links para consulta (lembrem-se que essas informações são apenas para complementar a pesquisa e enriquecê-la):

Tema 1:

http://www.geocities.com/Pentagon/Quarters/8467/tecnolog.htm


http://saraudostemplarios.blogspot.com/2008/06/guerra-os-propulsores-da-evoluo.html


http://www.dw-world.de/dw/article/0,,592473,00.html


http://www.toflyintheworld.com/aerei/aer_POR/WWII_POR/aerPO_WWIIind.htm


http://antonini.med.br/blog/?p=3754


http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=ciencia&artigo=eugenia_ciencia_nazista&lang=bra


http://www.comciencia.br/reportagens/guerra/guerra08.htm


http://www.noticias.info/vid_w/video_play_ES.asp?Id=ZtfbLKnhE-o


http://www.solarviews.com/portug/rocket.htm


http://forums.tibiabr.com/showthread.php?t=109872


http://www.editoras.com/campus/20759.htm


http://www.meiredias.com/uneb/info/info20082/leitura_judeus.pdf



Tema 2:

http://www.woww.com.br/2008/03/propaganda-americana-pr-segunda-guerra.html


http://www.woww.com.br/2008/04/propaganda-alem-nazista-pr-segunda.html


http://www.woww.com.br/2008/09/propaganda-italiana-fascista-da-segunda.html


http://www.ww2incolor.com/


http://blog.brasilacademico.com/2009/03/posters-de-propaganda-americana-da.html

http://www.historia.uff.br/nec/pgsgm.htm


sexta-feira, 13 de março de 2009

Projeto Crise de 1929 e Crise Econômica Contemporânea

Olá alunos da 8.ª C do Colégio João Turin. Conforme combinado, estou deixando alguns links para análises da Crise Econômica Contemporânea. Qualquer dúvida me escrevam...

http://www.portalpopular.org.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=162:maria-da-conceicao-tavares-o-brasil-e-a-crise&catid=67:varios&Itemid=62

http://www.direito2.com.br/abr/2008/set/10/maria-da-conceicao-tavares-diz-que-crise-mundial-nao-atingiu-brasil


Esse especial do PSTU tem informações bem didáticas pra vocês... e já estabelece algumas relações entre a Crise de 1929 e a atual..

http://www.pstu.org.br/esp_crise.asp

http://educacao.uol.com.br/atualidades/crise-economica-norte-americana.jhtm

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3291804-EI6579,00-Para+Maria+da+Conceicao+sera+o+auge+da+crise.html

Irei colocar mais links... conforme for selecionando o material para vocês...

Segue abaixo o projeto:

COLÉGIO ESTADUAL JOÃO TURIN

8.ª Série Turma: C Disciplina: História

TRABALHO BIMESTRAL – 1.º Bimestre

Tema: A Crise de 1929 e a Crise Econômica Contemporânea (passado e presente)

OBJETIVOS (devem ser cumpridos na Crise de 29 e na Crise Contemporânea)
•Identificar os motivos (crise do modelo liberal);
•Identificar os lugares mais atingidos pelas crises;
•Identificar as medidas tomadas pelos Governos dos países mais atingidos;
•Compreender as conseqüências para a população (desemprego, fome, inflação, etc...);
•Identificar formas de organização popular surgidas na crise.

METODOLOGIA
•Trabalho escrito contendo:
-Introdução;
-Desenvolvimento;
-Conclusão;
-Referências;
-Anexos (fotos, charges, tabelas, gráficos, etc...)
•Debate em sala sobre o tema

AVALIAÇÃO
•Trabalho escrito – 1,5 pontos
•Debate em sala (domínio do conteúdo) – 1,5 pontos
•Total: 3,0 pontos

CRONOGRAMA
Entrega do trabalho e debate – 07/04 (quinta-feira)

Professor Daniel

quarta-feira, 11 de março de 2009

O futuro dos seres humanos é o que importa

Artigo de Lula publicado no jornal inglês Financial Times

O futuro dos seres humanos é o que importa

Para mim, o capitalismo nunca foi uma abstração, um conceito, mas uma realidade concreta, vivida.

Ainda menino, minha família abandonou a miséria rural do Nordeste brasileiro em direção a São Paulo. Minha mãe, uma mulher de extrema coragem e valor, deslocou-se, junto com seus filhos, para o grande centro industrial brasileiro em busca de uma vida melhor.

Minha infância não se diferenciou da de muitos meninos pobres. Empregos informais. Pouca educação formal. O único diploma escolar de toda minha vida foi o de torneiro mecânico, obtido em um curso do Serviço Nacional da Indústria.

Habilitei-me como um operário qualificado e passei a viver a realidade da fábrica. A vivência do mundo do trabalho despertou-me a vocação sindical. Participei do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, na periferia industrial de São Paulo. Fui seu presidente e, nessa condição, dirigi as grandes greves operárias de 1978-1980 que mudaram a cara do movimento operário brasileiro e tiveram grande influência na democratização do país, que vivia sob uma ditadura militar.

O impacto do movimento sindical no conjunto da sociedade brasileira, levou-nos a criar o Partido dos Trabalhadores, que reuniu operários, camponeses, intelectuais e militantes de movimentos sociais.

O capitalismo brasileiro, a partir de então, não nos aparecia apenas sob a forma de salários baixos, condições indignas de trabalho ou repressão da atividade sindical. Ele se expressava na política econômica e no conjunto das políticas públicas do Governo, mas também nas restrições às liberdades. Descobri, junto a milhões de outros trabalhadores, que não bastava reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Era fundamental lutar pela cidadania e por uma profunda reorganização econômica e social do Brasil.
Disputei e perdi quatro eleições antes de ser eleito Presidente da República em 2002.

Na oposição conheci profundamente meu país. Com intelectuais, discuti alternativas para uma sociedade que vivia na periferia do mundo o drama da estagnação e de uma profunda desigualdade social. Mas meu conhecimento maior do país foi no contato direto com seu povo nas Caravanas da Cidadania, que realizei percorrendo dezenas de milhares de quilômetros do Brasil profundo.

Ao chegar à Presidência deparei-me não só com graves problemas conjunturais mas, sobretudo, com uma herança secular de desigualdades. A maioria dos governantes, mesmo aqueles que realizaram reformas no passado, haviam governado para poucos. Pensavam um Brasil onde apenas um terço da população teria vez.

A herança que recebi não foi somente de dificuldades materiais, mas de arraigados preconceitos que ameaçavam paralisar nossa ação governamental e conduzir-nos à mesmice.

Não poderíamos crescer – dizia-se - e lograr estabilidade macro-econômica. Menos ainda crescer e distribuir renda. Teríamos de optar entre voltar-nos para o mercado interno ou para o externo. Ou aceitávamos as duras regras da economia globalizada ou estaríamos condenados a um isolamento fatal.

Em seis anos derrubamos esses mitos. Crescemos e logramos estabilidade macro-econômica. Nosso crescimento foi acompanhado da inclusão de dezenas de milhões brasileiros no mercado de consumo. Distribuímos renda para mais de 40 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza. Fizemos com que o salário mínimo aumentasse sempre acima de inflação. Democratizamos o crédito. Criamos mais de 10 milhões de empregos. Impulsionamos a reforma agrária. A expansão do mercado interno não se fez em detrimento das exportações. Elas triplicaram em seis anos. Fomos capazes de atrair muitíssimos investimentos estrangeiros sem sacrificar nossa soberania.

Tudo isso nos permitiu acumular 207 bilhões de US$ em reservas e, assim, proteger-nos contra os efeitos mais destrutivos de uma crise financeira que, nascida no centro do capitalismo, hoje ameaça o conjunto da economia mundial.

Ninguém se aventura a predizer hoje qual será o futuro do capitalismo.
Como governante de uma grande economia dita “emergente”, posso dizer que tipo de sociedade espero que surgirá desta crise. Ela deverá privilegiar a produção e não a especulação. O setor financeiro deverá ter como função estimular a atividade produtiva. E deverá ser objeto de rigorosos controles nacionais e multinacionais por meio de organismos sérios e representativos. O comércio internacional estará livre dos protecionismos que ameaçam intensificar-se. Os organismos multilaterais reformados manterão programas de apoio às economias pobres e emergentes, com o objetivo de reduzir as assimetrias que marcam o mundo de hoje. Haverá uma nova e democrática governança mundial. Novas políticas energéticas e reformas do sistema produtivo e dos padrões de consumo garantirão a sobrevida do Planeta hoje ameaçado pelo aquecimento global.

Mas, sobretudo, espero um mundo livre dos dogmas econômicos que invadiram a cabeça de muitos e que foram apresentados como verdades absolutas.

Políticas anti-cíclicas não podem ser apenas adotadas quando a crise se desencadeou. Aplicadas com antecedência – como o Brasil fez – elas podem ser uma garantia para lograr uma sociedade mais justa e democrática.

Como disse no início, dou menos importância a conceitos e abstrações. Não estou preocupado com o nome que terá a organização econômica e social que virá depois da crise, contanto que ela tenha no centro de suas preocupações o ser humano.

Luiz Inácio Lula da Silva é presidente da República Federativa do Brasil.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Imperialismo e Globalização


Ao estudarmos a trajetória histórica que o mundo ocidental percorreu desde o advento da Revolução Industrial, inicialmente na Inglaterra, e sua conseqüente expansão pelo mundo até a crise do capitalismo industrial que levou ao acirramento da competitividade em tamanhas proporções que foram capazes de desencadear conflitos mundiais, jamais podemos nos esquecer do Imperialismo do século XIX. Esse Imperialismo objetivava justamente a expansão da indústria européia e estadunidense às custas da colonização, exploração e saque dos territórios daqueles povos considerados inferiores.

Essa história de inferiores já vimos antes... com a Expansão Marítima Européia nos século XV e XVI. Contudo, no século XIX o objetivo não é mercantilista, uma vez que a fase do Capitalismo Comercial já tinha sido superada. Vivíamos sob a égide do Capitalismo Industrial, que necessidade ampliar suas regiões fornecedores de matéria prima, buscar mão de obra barata e ampliar seu mercado consumidor. O Expansionismo europeu-estadunidense se traduziu em invasões dos territórios dos “selvagens” e massacre da população revoltosa. O fato mais marcante neste momento ocorreu já no século XX, em 1906, nas Filipinas:

"Com seiscentos engajados de cada lado, perdermos quinze homens e tivemos trinta e dois feridos — contando aquele nariz e aquele cotovelo. O inimigo chegava a seiscentos — incluindo mulheres e crianças — e nós os liquidamos completamente, não deixando sequer um bebe vivo para chorar por sua mãe morta. Esta é incomparavelmente a maior vitória já alcançada desde sempre pelos soldados cristãos dos Estados Unidos " (Gal. Leonardo Wood)

O presidente Theodore Roosevelt imediatamente cumprimentou o seu bom amigo general Leonard Wood, o que executou o Massacre Moro, escrevendo: "Congratulo a si e aos oficiais e homens sob o seu comando pelo brilhante feito de armas e que o senhor e eles sustentaram tão bem a honra da bandeira americana".*


Foi graças a todo esse massacre que a indústria euro-estadunidense pode expandir-se em proporções jamais imaginadas anteriormente, levando ao esgotamento das áreas de influência disponíveis para conquista.

Hoje, 2009, século XXI, vivemos algo muito parecido, ao menos que seja a mesma lógica. O Imperialismo atual está transfigurado, maquiado de algo benéfico: a “Globalização”. Se por um lado, o discurso que foi muito forte nos anos 1990, pregava a comunicação global e o intercâmbio cultural entre as diversas sociedades do planeta Terra, em termos econômicos – que é o que organiza e rege as relações e a organização dentro de qualquer sociedade – significa a liberdade para as Grandes Empresas – ou Grupos Econômicos – buscarem mão de obra barata nos países subdesenvolvidos, ampliarem o fornecimento de matéria prima e ganharem novos mercados consumidores – como foi a tentativa de implementação da ALCA. E mais uma vez o Ocidente invade, massacra e extorque as riquezas dos povos dos países historicamente saqueados. O que a invasão do EUA ao Iraque senão o mesmo Massacre Mouro de 1906? Será que George W. Bush queria levar a democracia ou retirar petróleo? Como dizem os economistas, o Capitalismo tem o poder de se renovar e fortalecer a cada crise. E percebemos que ele se renova para que as mesmas coisas continuem acontecendo...

Para finalizar, gostaria de refletir sobre as justificativas que sustentaram as colonizações desde o advento do Comércio na Europa em fins da Idade Média.


1. À época da Expansão Marítima, afirmava-se que os povos nativos da América e da África eram religiosamente inferiores – isso após a benevolência do Vaticano que reconheceu que eram pessoas que possuíam alma, mas uma alma impura, pois houve momentos em que os negros e os índios eram tachados como “sem alma”. Portanto, uma vez que a lógica “cristã” já tinha expurgado da vida medieval todos aqueles que discordavam do controle Eclesiástico na sociedade, foi facilmente justificável esse argumento da inferioridade religiosa – lembremos que aqueles que não eram cristãos eram chamados de “inimigos de Cristo”.


2. Durante o Imperialismo do século XIX a justificativa era da superioridade racional, cuja lógica buscou-se sustentar cientificamente por muitas décadas. Os asiáticos e os africanos poderiam ter sua terra roubava e suas riquezas extorquidas porque eram mais burros, talvez porque vivessem em regiões mais quentes e os neurônios se desenvolvam mais no clima temperado europeu.


3. Atualmente a lógica é um pouco diferente, mas de certa forma traduz toda essa história de exploração e saque. O Ocidente justifica o Neoimperialismo – ou Globalização – com argumentos políticos: nós somos democráticos enquanto o Oriente vive atrasado, sob reinados, monarquias, califados. Nossa cultura é mais aberta às outras enquanto eles são fechados... e por aí afora. Vejamos o caso da ONU que, teoricamente, deveria representar os interesses do mundo como um todo. Mas usa 2 pesos e 2 medidas quando julga e tenta impor sanções ao Irã, mas nada faz quando os EUA passa por cima de suas orientações para massacrar os iraquianos.


* Retirado de: http://resistir.info/mreview/editorial_mr_nov03.html


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Dívida Externa dos Países Subdesenvolvidos

DISCURSO DO EMBAIXADOR DO MÉXICO (2002)

Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul e Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc. Eis o discurso: "Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento – ao meu país – com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento de juros. Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas. Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos. Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano “MARSHALL MONTEZUMA”, para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização. Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos? Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra. Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue? Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas. Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica..." Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa. Agora resta que algum Governo Latino-Americano tenha a dignidade e coragem suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus teriam que pagar por toda a espoliação que aplicaram aos povos que aqui habitavam, com juros civilizados.

Publicado no Jornal do Comércio - Recife/PE

Vídeos para reflexão...

Olá, esses vídeos utilizei nas 8.ª séries do Ensino Fundamental nos C.E. Alcyone Vellozo e C.E. João Turin... como prometido, postei o link para os alunos visualizarem quando quiserem (e puderem). A idéia é justamente causar impacto, chocar os alunos para que eles conheçam o mundo em que vivemos. Não é o mundo do Big Brother, nem das novelas ou filmes de Hollywood, é o mundo real, no qual as pessoas não valem o que são, mas o que tem $$$

A Verdadeira Evolução Social
http://www.youtube.com/watch?v=I9_blXWJmag

Anarquismo - Mostra Cultural 2007
http://www.youtube.com/watch?v=1z-J1FjHafA

A Ilha das Flores
http://www.youtube.com/watch?v=0V8eBvVzOqk&feature=related

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Folha de São Paulo - imprensa golpista

Capa da Folha no dia 16 de Abril de 1964 - 2 semanas após o Golpe
(Clique na imagem para ampliar)


A Folha de São Paulo, num claro posicionamento em relação às eleições presidenciais de 2010, reforça seu posicionamento golpista, ditatorial, de "pensamento único". Esse jornal que fez parte do Golpe Civil-Militar de 1964 no Brasil, por essa mesma razão, profere atualmente um discurso de que o Brasil não passou por uma Ditadura, mas por uma "Ditabranda". Ora, em tempos de mudanças ortográficas, coube a esse louvável veículo de comunicação criar mais uma palavra, que busca caracterizar o período obscuro do século XX em terras tupiniquins. Criaram o conceito de Ditabranda para justificar que tudo o que foi feito no Brasil nos Anos de Chumbo foi "necessário" e "não tão violento". Isso significa dizer que um pouco de violência é aceitável, muita não... talvez o que eles quisessem dizer realmente é que quando se é violento com os outros é aceitável... mas quando os outros o são com você... a coisa toda muda.
Mas, parando para analisar friamente, não podemos nos surpreender nem um pouco com esse posicionamento da Folha. Uma vez que ela fazia parte do grupo midiático que fez apologia ao golpe desde a volta de Getúlio ao poder em 1951, apoiou a tentativa de impedir a posse do vice presidente João Goulart quando da renúncia de Jânio e, por fim, exaltou o movimento de 1.º de abril de 1964 - que por razões óbvias foi datado em 31 de março -, tornando-se umas das porta vozes "oficiais" dos militares. Quando se fala que a imprensa não dizia nada porque estava censurada está se dizendo apenas meia verdade. Por que há uma diferença grande entre não poder falar e não falar porque não interessa dizer. E a imprensa brasileira, da Folha à Globo, da Abril ao Estadão, preferiram a segunda opção. E por quê? Porque a ditadura favoreceu os interesses de quem eles representam. A elite brasileira - a mesma que se diz nacionalista mas no primeiro sinal de movimentação popular vai pra Miami ou Mônaco. Portanto, concluo que realmente para Folha foi uma "Ditabranda"... porque quando se bate, quando você tem o chicote na mão e escolhe quem vai ser açoitado é sempre fácil... sempre brando!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tempos do Grande Irmão

Nos tempos modernos, a sociedade ocidental passou a admirar a espionagem da vida alheia como um atrativo televisivo. Podemos refletir sobre vários aspectos e analisar o reality show como o modelo de sociedade proposta. Que tipo de sociedade busca ser representada num Big Brother ou programas do gênero? Será que é a sociedade real ou a sociedade idealizada? E idealizada com qual objetivo? A Ditadura Civil-Militar (ainda irei postar um tópico sobre o conceito "Civil-Militar") nos legou uma herança cultural muito forte, a geração Xuxa, ou geração "bunda": uma supervalorização do corpo e uma desvalorização total do pensamento crítico-reflexivo. Uma das ferramentas utilizadas para essa desconstrução do conhecimento foi a exclusão das disciplinas de Sociologia e Filosofia durante os anos de chumbo e, por outro lado o investimento estatal na construção de grandes estádios de futebol - o "pão e circo" moderno.
Da mesma forma há essa supervalorização do corpo no reality show. Supostamente alguém "comum" que é "sorteada" para fazer parte de uma casa exposta até o último fio de cabelo, passa, da noite pro dia a ser a nova "namoradinha do Brasil", capa de revistas masculinas e tudo mais. Percebam que esse é o espelho que a Globo coloca para seus telespectadores: pra que estudar, conhecer o mundo e as relações que o regem, se basta ter um corpo bonito? É a mais pura expressão da alienação, traduzida em pílulas televisivas, um analgésico audiovisual para a transformação dos seres humanos em meros consumidores, comprando o modelo de beleza, comprando o tempo com a preocupação com a vida alheia, e a aceitação da total falta de privacidade. Dessa forma, a sustentação desse tipo de programa só se faz porque há um público consumindo essa idéia, nas escolas, faculdades, consultórios médicos, independentemente do nível do seu "diploma". Eles não estão apenas ligados no "paredão", e ligando para "escolher"o eliminado da próxima semana, o que enriquece a emissora e a operadora de telefonia; eles agem assim na sociedade, escolhendo o próximo a ser eliminado do emprego, escolhendo quem será tratado com dignidade e quem será discriminado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A História: Passado e Presente

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O objetivo de estudar História passa muito longe de viver de recordações ou memórias. A História é uma ciência que pesquisa o passado mas está envolvida ativamente com o presente da sociedade. Prova cabal disso é que os historiadores, por via de regra, estão envolvidos ativamente nos debates políticos, ou mesmo na militância política. Além de comprovar a ligação íntima entre passado e presente, também demonstra que a história não é neutra, nem tampouco pode explicar "tudo o que ocorreu no passado". O historiador, como um ser humano oriundo de um determinado grupo ou classe social, étnico, religioso, filosófico ou ideológico, faz perpassar em sua produção historiográfica, essa bagagem cultural que ele traz consigo. Metaforicamente, seu trabalho é como o burro que busca alçancar a cenoura que foi colocada com uma varinha bem a frente de seus olhos. A busca pela verdade é o objetivo, mas nunca será alcançado. Portanto, devemos entender a História como uma visão, um olhar sobre o passado que buscará enfatizar esse ou aquele aspecto, essa ou aquela classe social.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A razão de ser

Em tempos de "globalização" - conceito construído ao longo dos anos 1990 mas que Lenin já descrevia no início do século XX, chamando-a de Imperialismo - não podemos seguir o curso natural de adaptação do homem à tecnologia. Ao contrário, a tecnologia, produto do trabalho humano, é que deve adaptar-se às necessidades do homo sapiens. Tal qual os operários fabris no início da Revolução Industrial utilizaram-se da imprensa como meio de divulgação dos seus ideais e conscientização de seus iguais, penso ser necessário ir na contramão da indústria da (des)informação e emitir opiniões independentes. Independência essa que a grande mídia não possuí e jamais possuirá, uma vez que não trata-se de "compromisso com a notícia", mas do compromisso de que a notícia não desagrade os patrocinadores/acionistas ou seus pares nos empreendimentos capitalistas.
Esse espaço está aberto para debates democráticos, para uma relação dialética ou dialógica - como enfatiza Paulo Freire -, pois é na coletividade que se constrói o conhecimento. E que esse conhecimento seja utilizado em favor dessa coletividade.